quinta-feira, 23 de agosto de 2012

EXERCÍCIOS COM COMPLEMENTO NOMINAL E ADJUNTO ADNOMINAL


      1) Coloque A para adjunto adnominal e C para complemento nominal.

a) Aquela cadeira de ferro é muito resistente ( ).
b) Foi solicitada ao gerente a devolução do dinheiro ( ).
c) Aquela imagem de cera é esquisita ( ).
d) O caderno de anotações estava desorganizado ( ).
e) A construção do metrô se prolonga há muitos anos ( ).
f) As ruas do nosso bairro estão necessitando de reparos ( ).
g) O juiz determinou a prisão do bandido ( ).
h) A nadadora tinha certeza da vitória ( ).
i) A atitude do rapaz foi notável ( ).
j) O ataque do nosso time é uma piada ( ).
k) O temor de Deus é necessário aos homens ( ).
l) Ele estava desejoso de vingança ( ).
m) A introdução desses costumes não nos agradava ( ).



2) Leia o trecho a seguir.

O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Meu maestro soberano
Foi Antonio Brasileiro

“paulista”, “pernambucano”, “mineiro”, “baiano” e “soberano” são adjetivos, mas apenas um apresenta função sintática diferente da encontrada nos demais. Assinale-o.

a) Paulista.
b) Pernambucano.
c) Mineiro.
d) Baiano.
e) Soberano.


3) Há um termo que se repete cinco vezes no texto. Quanto à análise morfossintática, ele é:

a) Pronome indefinido e núcleo do sujeito.
b) Pronome possessivo e adjunto adnominal.
c) Pronome demonstrativo e complemento nominal.
d) Pronome relativo e objeto direto.
e) Pronome pessoal e predicativo do sujeito.

Gabarito:

1 -  A,C,A,A,C,A,C,C,A,A,C,C,C.

2 - letra e (Comentário sobre a questão: Com exceção de "soberano", que exerce a função de adjunto adnominal, todos os outros adjetivos citados são predicativos do sujeito.).

3 -  letra b (Comentário sobre a questão: Por ser um pronome possessivo adjetivo, a palavra "meu" exerce a função de adjunto adnominal.).

COMPLEMENTO NOMINAL X ADJUNTO ADNOMINAL


O complemento nominal, como o próprio nome diz, completa o significado de um nome; ao passo que o adjunto é apenas um termo acessório, não é necessário para dar sentido ao nome.
O complemento nominal sempre é iniciado por preposição; o adjunto, às vezes.
Quando o adjunto não é iniciado por preposição, é tranquilo, não existe a confusão complemento/adjunto.
Mas, quando é, surgem os casos em que o aluno tem dificuldade para distinguir esses dois termos.
Para não ter essa dificuldade, o estudante tem de ficar atento às diferenças entre o complemento nominal e o adjunto adnominal.

PRIMEIRA DIFERENÇA: o complemento nominal se liga a substantivos abstratos, a adjetivos e a advérbios; o adjunto se liga a substantivos, que podem ser abstratos ou concretos.

SEGUNDA DIFERENÇA: o complemento nominal tem sentido passivo, ou seja, recebe a ação expressa pelo nome a que se liga; o adjunto tem sentido ativo, isto é, ele pratica a ação expressa pelo substantivo modificado por ele.

TERCEIRA DIFERENÇA: o complemento não expressa ideia de posse; o adjunto frequentemente indica posse.

Vamos agora praticar essa teoria:
“As casas de madeira são ótimas no inverno".
“De madeira” é complemento nominal ou adjunto?
Lembra-se do que dissemos na “primeira diferença”? O complemento nominal se liga exclusivamente a substantivos abstratos.
“De madeira” está modificando um substantivo concreto, “casas”.
Logo, “de madeira” é adjunto adnominal.


Outro exemplo: “Ele é igual ao pai”.
Qual a função de “ao pai”?
Ele está se referindo a “igual”, que é adjetivo.
Como dissemos na “primeira diferença”, o complemento nominal se liga a adjetivos, o adjunto não.
Portanto, “ao pai” é complemento nominal.

Mais um exemplo: “Amor de mãe é eterno”.
Qual a função do termo “de mãe”?
Ele está modificando um substantivo abstrato, “amor”.
Logo, pode ser complemento nominal ou adjunto.
A “segunda diferença” vai nos ajudar: “de mãe” tem sentido ativo, a mãe sente o amor.
Assim, “de mãe” é adjunto adnominal.

Mais um: “O amor à mãe é sagrado”.
O termo “mãe” agora tem sentido passivo.
“Mãe” não está dando amor, mas sim recebendo.
Conclusão: “à mãe” é complemento nominal.
Um último exemplo: “A fuga do ladrão foi ousada”.
Há neste caso ideia de posse: “do ladrão” é, portanto, adjunto adnominal.

Publicado na coluna "Com todas as letras", Jornal do Commercio do Recife, em 23/3/2011.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS


Conjunções Subordinativas 

A conjunção é a palavra que une orações ou termos de uma oração que possuem mesma função. Essa relação estabelecida entre as orações pode ser independente, quando se trata de orações coordenadas; ou dependente, quando se trata de subordinadas.
Quando a conjunção exerce seu papel de ligar as orações, e estabelece entre elas uma relação de dependência sintática, temos subordinação. Veja o exemplo:

Maria confirmou que não esteve em casa hoje. 

As duas orações estão ligadas pela conjunção que e têm relação de dependência entre si, uma vez que na primeira oração (Maria confirmou) o verbo “confirmou” não tem por si só sentido completo e depende da segunda (que não esteve em casa hoje) para tê-lo. No entanto, a segunda oração é a subordinada, já que está sujeita à primeira, com função de complemento do verbo. Assim temos a oração principal: Maria confirmou, e a oração subordinada: que não esteve em casa hoje, ligadas pela conjunção integrante que, a qual é subordinativa, pelo fato de estar unindo a oração subordinada à oração principal.
Podemos classificar as conjunções subordinativas em:
• integrantes – são introdutórias de orações subordinadas substantivas: que, se, como, etc.;
Exemplo: Não sei dizer se ele chegou.

• causais – exprimem causa: porque, como, uma vez que, já que, etc.;
Exemplo: Eu sou feliz porque tenho uma família.

• concessivas – exprimem concessão: embora, ainda que, mesmo que, apesar de que, etc.;
Exemplos: Quando fui dormir ainda estava claro, ainda que passasse das sete da noite.
Apesar de estarmos refletindo mais sobre a economia do país, os juros só tem aumentado.

• condicionais – exprimem condição ou hipótese: se, desde que, contanto que, caso, se, etc.;
Exemplo: Avise-me caso eles já saibam da nova lei.

• conformativas – exprimem conformidade: conforme, segundo, como, consoante.;
Exemplo: Conforme ia passando o tempo, meu corpo cansava cada vez mais.

• comparativas – estabelecem comparação: como, mais...do que, menos...do que, etc.;
Exemplo: Estou mais feliz hoje do que ontem.
Ele chorou como quem tivesse perdido algo de muito valor sentimental.

• consecutivas – exprimem consequência: de forma que, de sorte que, que, etc.;
Exemplo: Estudou tanto que adormeceu.

• finais – exprimem finalidade: a fim de que, que, porque, para que, etc.;
Exemplo: Vamos embora a fim de que possamos assistir ao filme.

• proporcionais - estabelecem proporção: à medida que, à proporção que, ao passo que, etc.;
Exemplo: À medida que estudo todos os dias, minha memória se torna melhor.

• temporais – indicam tempo: quando, depois que, desde que, logo que, assim que, etc..
Exemplo: Desde que você foi embora, meu coração gerou expectativa para que voltasse.

EXERCÍCIOS - ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS


1) Escreva no espaço o tipo de relação existente entre a oração adverbial destacada e a
oração principal:

a) “Mas o chá saiu tão bom, que os parentes vivem me pedindo um pouco.” (Carlos
Drummond de Andrade) _____________________________________________________

b) “(...) resolveu não dormir, porque valia a pena esperar de pé.” (Aluísio Azeredo)
_________________________________________________________________________

c) “O povo não gosta de assassinos, embora inveje os valentes.” (Carlos Drummond
de Andrade) _________________________________________________________________

d) “Um amigo pinto trouxe um cavalete e tintas para que os pintores amigos
possam pintar.” (Rubem Braga) ____________________________________________________

e) Se queres a paz, prepara a guerra. __________________________________________

f) Quando chegou Domingo, chegou também a preguiça (...).”(Carlos Drummond de
Andrade) _________________________________________________________________

g) “Como ele próprio diz com certa melancolia, levou uma vida medíocre.” (Folha
de S.Paulo) ___________________________________________________________________

2. CLASSIFIQUE AS ORAÇÕES DESTACADAS:

a. “Ficou ali , até que as sombras foram tomando conta das coisas”.

b. À proporção que a escavação descia, a unidade ia-se acabando aos poucos.


c. Como não sabia falar direito, ia balbuciando expressões complicadas.


d. Como estava triste, isolou-se do grupo.


e. Tudo saiu conforme havíamos previsto.


f. O lavrador volta para casa quando o sol se põe.


g. Mentiram para mim, como pude constatar.


h. Semeie hoje para que colha bons frutos no amanhã .


3.  “Hoje, a dependência operacional está reduzida, uma vez que o Brasil adquiriu auto-suficiência na produção de bens como papel-imprensa (...)” A oração grifada no período acima tem valor:

a) condicional;
b) conclusivo;
c) concessivo;
d) conformativo;
e) causal.


4. No período - “E quanto mais andava mais tinha vontade”, ocorre idéia de proporção.
Assinale a opção em que tal idéia NÃO ocorre:

a) quanto mais leio este autor menos o entendo;
b) choveu tanto, que não pudemos sair;
c) à medida que corria o ano, o nosso trabalho era maior;
d) quanto menos vontade, mais negligência;
e) quanto mais se lê, mais se aprende.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

Uma oração é considerada subordinada adverbial quando se encaixa na oração principal, funcionando como adjunto adverbial. São introduzidas pelas conjunções subordinativas e classificadas de acordo com as circunstâncias que exprimem. Podem ser: causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, proporcionais e temporais.

- causais: indicam a causa da ação expressa na oração principal.
As conjunções causais são: porque, visto que, como, uma vez que, posto que, etc.
Ex: A cidade foi alagada porque o rio transbordou.

- consecutivas: indicam uma conseqüência do fato referido na oração principal.
As conjunções consecutivas são: que (precedido de tal, tão, tanto, tamanho), de sorte que, de modo que, etc.
Ex: A casa custava tão cara que ela desistiu da compra.

condicionais: expressam uma circunstância de condição com relação ao predicado da oração principal. As conjunções condicionais são: se, caso, desde que, contanto que, sem que, etc.
Ex: Deixe um recado se você não me encontrar em casa.

- concessivas: indicam um fato contrário ao referido na oração principal. As conjunções concessivas são: embora, a menos que, se bem que, ainda que, conquanto que, etc.
Ex: Embora tudo tenha sido cuidadosamente planejado, ocorreram vários imprevistos.

- conformativas: indicam conformidade em relação à ação expressa pelo verbo da oração principal. As conjunções conformativas são: conforme, consoante, como, segundo, etc.
Ex: Tudo ocorreu como estava previsto.

- comparativas: são aquelas que expressam uma comparação com um dos termos da oração principal. As conjunções comparativas são: como, que, do que, etc.
Ex: Ele tem estudado como um obstinado (estuda).

- finais:  exprimem a intenção, o objetivo do que se declara na oração principal. As conjunções finais são: para que, a fim de que, que, porque, etc.
Ex: Sentei-me na primeira fila, a fim de que pudesse ouvir melhor.

- temporais:  demarca em que tempo ocorreu o processo expresso pelo verbo da oração principal. As conjunções temporais são: quando, enquanto, logo que, assim que, depois que, antes que, desde que, ...
Ex: Eu me sinto segura assim que fecho a porta da minha casa.

- proporcionais: expressam uma idéia de proporcionalidade relativamente ao fato referido na oração principal. As conjunções proporcionais são: à medida que, à proporção que, quanto mais...tanto mais, quanto mais...tanto menos, etc.
Ex: Quanto menos trabalho, tanto menos vontade tenho de trabalhar.

Algumas orações subordinadas adverbiais podem apresentar-se na forma reduzida, com o verbo no infinitivo, no gerúndio ou no particípio. São:

- causais: Impedido de entrar, ficou irado.
- concessivas: Ministrou duas aulas, mesmo estando doente.
- condicionais: Não faça o exercício sem reler a proposta.
- consecutivas: Não podia olhar a foto sem chorar.
- finais: Vestiu-se de preto para chamar a minha atenção.
- temporais: Terminando a leitura, passe-me o texto.

Por Marina Cabral